Crítica | Filme | Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

Crítica | Filme | Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

Parece que foi ontem, mas foi há 22 anos que Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan interpretaram mãe e filha que trocam de corpos em Uma Sexta-Feira Muito Louca. Portanto, nada mais natural no mundo avesso a riscos de Hollywood do que voltar à mesma história e fazer uma sequência.

No filme, o tempo também passou. Anna (Lohan), a filha, é agora adulta e mãe de uma adolescente, Harper (Julia Butters, de Os Fabelmans). As duas, claro, vivem seus conflitos – com a mãe constantemente respirando fundo – mas nada se compara ao que acontece quando Anna se apaixona por Eric (Manny Jacinto, de Top Gun: Maverick), um chef de cozinha recém-chegado de Londres e pai de Lily (Sophia Hammons, de Amor nas Alturas) o grande desafeto de Harper na escola.

O romance dos pais desagrada as adolescentes. Além das diferenças pessoais, com os elementos tradicionais dos filmes com adolescentes, Lily não quer viver em Los Angeles, enquanto Harper não quer se mudar para Londres. A situação culmina quando uma nova troca de corpos acontece, dessa vez em quarteto, com Harper trocando de corpo com a mãe, enquanto Lily troca de corpo com Tess (Jamie Lee Curtis), a avó terapeuta cheia de boas intenções.

Como no original, o objetivo da troca é promover a empatia, colocar-se no lugar do outro, deixar de ver o próprio problema como único e mais importante que todo o resto do universo conhecido e aquele ainda a ser descoberto pela NASA ou Elon Musk. Mas é preciso atenção para lembrar quem está no corpo de quem ao longo da história. A troca acontece faltando poucas horas para o casamento de Anna e Eric, o que cria uma correria geral, com as adultas tentando desfazer a magia sem que ninguém perceba, como no primeiro filme, enquanto as adolescentes se unem para destruir o relacionamento dos pais.

Em meio a tudo isso, a impressão maior é de que ninguém está se divertindo mais do que Jamie Lee Curtis com o corpo tomado por uma adolescente. As piadas sobre joelhos crepitando e a capacidade perdida de levantar do chão, entre outras alusões ao envelhecimento abundam enquanto Mark Harmon parece perdido e sem muito o que fazer como o marido legal de Tess. As tentativas de Anna e Eric de compreenderem os sentimentos das filhas são legítimas, mas beiram o exagero, assim como o excesso de vontade de ajudar de Tess, mas, se levados como crítica aos pais que temem que qualquer alfinete caindo no carpete pode traumatizar os filhos, a coisa passa. A sensitiva responsável pela troca de corpos que acumula mil atividades só para se sustentar como funcionária do Starbucks é também divertida.

Não é a melhor comédia do universo e nem uma sequência essencial do gênero, mas tem seus momentos e vai ficar bem naquela categoria de filme que você assiste quando está zapeando canais e descobre que está sendo exibido em dois ou três canais.

P.S.: os créditos finais incluem várias cenas de bastidores. Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda estreia em 7/8 distribuído pela Disney.

2 comentários sobre “Crítica | Filme | Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

  1. É sempre divertido ver um clássico da comédia ganhar uma nova história. Mas me pergunto quando as grandes indústrias vão investir em novas e empolgantes histórias, ao invés de apenas resgatar o que já fez sucesso em décadas passadas?

    Será que isso vai acontecer algum dia? Kkk

    Curtido por 1 pessoa

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