A crítica a seguir foi publicada na época que Cangaço Novo chegou ao streaming. E ainda está disponível, caso você tenha deixado passar…
O chamado novo cangaço definiu uma onda de roubos a bancos ocorridos principalmente em cidades do interior de estado de São Paulo. O modus operandi dos criminosos envolvidos era cirúrgico, contava com muito planejamento e tática e armamentos pesados. Claro, explosivos também.
Pois a O2 Filmes apostou nessa história por si só cinematográfica para criar a série Cangaço Novo, com seus episódios já totalmente disponíveis na plataforma Prime Video. Foi lançado em 25/8/23.
Agora, ter uma história cinematográfica em mãos não garante um resultado final de entretenimento puro. Por isso, o que se vê na tela ao assistirmos Cangaço Novo é uma série de qualidade. Sim, obtida muito em função de um orçamento generoso, imagino.
Entretenimento bem redondo
Contudo, de nada adianta grana se os outros elementos não forem cuidados. E aqui também se nota a preocupação da O2 em entregar ao espectador algo fora da curva.
Cangaço Novo mostra na telinha preocupação com roteiro, elenco, efeitos, trilha, enfim, com tudo! E isso não é muito comum nas produções de longas ou séries nacionais, que têm entregado o chamado “mais do mesmo”. Às vezes até abrindo mão do grande público.
Existem séries “cabeçudas”, herméticas, às vezes mais preocupadas em refletir um tom de realização pessoal dos envolvidos, do que aproximá-las do grande público. Outras visam o grande público, copiam descaradamente outras histórias e se revelam mais esburacadas no storytelling do que um queijo suíço!
Sim, realmente, a unanimidade é raríssima de ser alcançada.
Eu diria, contudo, que Cangaço Novo conseguiu administrar todas as variáveis de maneira equilibrada e entregar um entretenimento bem redondo, digno de ser assistido em uma tacada só. Não é perfeito, mas bem eficiente.
Legítimo nordestern
O Prime apresenta Cangaço Novo como um nordestern. Ubaldo (Allan Souza) chega a sua cidade-natal, Cratará, e já se envolve com o crime organizado local durante um assalto à banco. Sua irmã Dinorah (Alice Carvalho) é uma dos membros do bando, mas não o recebe nada bem.
Existe algo no passado dos dois que os coloca em choque. Em princípio relutante em abraçar a história de sua família, Ubaldo acaba organizando o grupo de assaltantes e prosperando em sua cidade ao lado da família. A redenção, contudo, incomoda os poderosos locais.
Uma sinopse propositalmente vaga. Feita, contudo, para estimulá-lo a conferir ao menos um episódio. Dê ao menos uma chance para Cangaço Novo convencê-lo a continuar. Na boa.
