Não sei se é porque já sou fã de Stephen King, mas A Longa Marcha, filme que estreia em 18/9, distribuído pela Paris Filmes, só reforçou aquilo que eu já sabia: o cara é um baita de um contador de histórias.
Claro que algumas delas podem se perder nas adaptações que têm para a telinha e telona, mas o que exalto mesmo é a capacidade do Mestre do Terror magnetizar nossa atenção quando pratica o seu storytelling único escrevendo. E olha que esta nem é uma produção típica de terror…
No caso de A Longa Marcha, ele participa como produtor executivo e entregou o roteiro para um grupo desenvolvê-lo. O resultado final é uma história de amizade desenvolvida na adversidade, onde o amor entre os personagens brota de maneira natural, inspiradora.
E é isso. O que acontece para propiciar essa história é o verdadeiro pulo do gato. É o que salta aos olhos e deve marcar muito espectador, acostumado à It, Carrie e O Iluminado. Mas A Longa Marcha funciona diferente,
Em um EUA meio atemporal, distópico, dividido e em um pós-guerra, a tal Longa Marcha oferece dinheiro e um desejo atendido ao vencedor. É a loteria desse momento, instigando jovens de todo o país a tentar participar dela.
Acompanhamos um grupo onde alguns participantes têm suas motivações pessoais escondidas, mas onde todos objetivam a linha de chegada. Principalmente, porque as tais advertências para quem não marcha na velocidade de 5 quilômetros por hora, sem parada, sem banheiro ou piedade, é uma bala no crânio.
Mesmo cumpridores de destino tão inglório e certo, alguns desses participantes vão afinizando e estabelecendo uma forte amizade. Até que reste apenas um. Não é o melhor Stephen King que eu já vi, mas funciona.
Meus olhos calejados ainda identificaram Easter eggs ao longo da marcha, relembrando outros filmes baseados na obra de Stephen King, de Cemitério Maldito a Conta Comigo. Veja lá e me diga depois.
