Eu juro que gostaria de ver o cinema fantástico brasileiro gerando produções maduras, criativas e que marcassem o espectador. Acho que não é o caso de Apanhador de Almas, filme que a Retrato Filmes distribui em 18/9.
Debaixo desse chapéu do cinema fantástico está o gênero terror, um filão que particularmente não nutre paixão em mim. Mas mesmo asssim, trabalhando tanto tempo na indústria de entretenimento mundial, sou capaz de reconhecer os saltos de criatividade e qualidade que o terror dá de tempos em tempos. Não tem como ignorar grandes representantes do gênero, sei lá, de O Exorcista à Invocação do Mal. O espectro é amplo e irrestrito.
Mas por que não se esmerar para contar uma história potencialmente interessante? Em Apanhador de Almas, quatro jovens aprendizes de bruxas se reúnem em uma casa isolada no mato (nova essa, não?) durante um eclipse solar. A ideia é que, com a ajuda de uma bruxa mais experiente, elas realizem um ritual sobrenatural.
Claro, as coisas não saem como o planejado e elas vão parar em um tipo de dimensão habitada pelo tal Apanhador de Almas, que as colocará entre a vida e a morte. Tudo muito interessante no papel, mas a prática é “nada de novo no front”.
Até concordo as declarações dos realizadores de Apanhador de Almas, Fernando Alonso e Nelson Botter Jr., admiradores de filmes de terror. Fernando diz que este “é um tipo de filme ainda pouco desenvolvido no Brasil e no qual precisamos apostar mais, pois carrega um enorme potencial”. Verdade verdadeira, CQD.
E Nelson afirma que “filmes de gênero são fundamentais para o fortalecimento do cinema brasileiro, porque combinam identidade cultural com linguagem universal”.
Mais uma vez, tudo bonito no papel. Continuamos na torcida.
