Crítica | Filme | Ne Zha 2: O Renascer da Alma

Crítica | Filme | Ne Zha 2: O Renascer da Alma

Sequências têm sempre um obstáculo primordial em como atrair o público que não viu o primeiro filme. Então, vamos partir avisando que Ne Zha 2 faz um trabalho muito bom em seus primeiros minutos explicando a história até ali. Assim, ter visto a animação de 2019 não é essencial para encarar as quase duas horas e meia da continuação em que muita, mas muita coisa mesmo acontece.

O enredo segue logo após os eventos do primeiro filme, acompanhando a conexão entre o garoto demônio Ne Zha e seu amigo, o príncipe Ao Bing, que têm seus corpos destruídos. Para evitar a morte de suas almas, o Mestre Taiyi usa seu Lótus Sagrado para regenerar os corpos dos dois. Quando o processo é interrompido antes que o corpo de Ao Bing fique pronto, no entanto, o príncipe precisa habitar o corpo de Ne Zha. O que causa uma série de problemas, principalmente envolvendo o temperamento esquentado do garoto demônio. Enquanto isso, o pai de Ao Bing, o Rei Dragão, acreditando que seu filho está morto, ataca a cidade de Chentang.

É a busca pelo elemento necessário para reconstruir o corpo de Ao Bing e a luta para salvar Chentang que dá início a uma sequência de batalhas entre grupos, deuses, dragões, demônios, animais e criaturas de todos os lugares possíveis. Um entrelaçado de relações que exige atenção para dar conta de uma multidão de personagens, quem está ao lado de quem e, principalmente, quem muda de lado. Isso somado a uma boa quantidade de piadas de quinta série envolvendo funções corporais destinadas a crianças e a quem gosta desse tipo de humor básico.

Boa parte da atração de Ne Zha 2 fica por conta do visual. Cenários, humanos e criaturas são luxuosamente produzidos, com destaque para o Rei Dragão e seus companheiros, que aparecem tanto na forma animal como humana, com movimentos muito fluidos e cabelos movidos pelo vento. Algo completamente impossível de produzir fora da animação, mesmo com todos os recursos de CGI disponíveis hoje.

Mas, após algumas batalhas e muitos golpes anunciados antes de serem dados, fica difícil manter a atenção em um filme tão longo. O que não parece afetar o público de Ne Zha 2, que deu ao filme o posto de maior bilheteria do ano e prova que a narrativa repleta de elementos folclóricos chineses, jeito de videogame e um moleque desbocado tem alvo certo. Estreia em 25/9, distribuído pela A2 Filmes.

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