Minissérie sobre Ângela Diniz encerra filmagens

HBO divulga trailer de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada

A HBO divulgou o trailer da nova série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada. A produção, dirigida por Andrucha Waddington, estreia no dia 13 de novembro no canal e na plataforma HBO Max.

Com seis episódios, a série parte do podcast Praia dos Ossos e reconta a história de Ângela Diniz, assassinada com quatro tiros à queima-roupa pelo namorado, Doca Street. O caso ganhou fama quando, além dos elementos de crime passional, os advogados de Doca Street resolveram usar para defesa dele a tese de “legítima defesa da honra”.

O caso Ângela Diniz

Mineira de Curvelo, Ângela casou-se aos 17 anos com o engenheiro Milton Vilas Boas, com quem teve 3 filhos. O casamento terminou em desquite – não havia divórcio no Brasil – com Ângela recebendo uma mansão em Belo Horizonte e uma pensão, enquanto os filhos ficaram sob a guarda do pai. Em 1973, o caseiro e vigia da casa de Ângela foi morto com um tiro. Ângela assumiu o crime, porém investigações mostraram que havia outra pessoa no local, Tuca Mendes, herdeiro do grupo Mendes Júnior e casado. Após o escândalo, Ângela se mudou para o Rio de Janeiro, onde ganhou o apelido de A Pantera de Minas do colunista Ibrahim Sued.

Ângela apareceria nos noticiários policiais mais duas vezes, o sequestro da filha e um flagrante com drogas. Em 1976, ela iniciou o romance com Raul Fernandes do Amaral Street, o Doca, que deixou esposa e filhos para ficar com a nova namorada. Em dezembro daquele ano, o casal estava em Búzios quando ela, embriagada, discutiu com o namorado e encerrou o relacionamento. Doca saiu da casa, mas voltou e implorou para que seguissem juntos. Segundo o depoimento dele, Ângela aceitou, mas impôs a condição de que ele teria de aceitar que ela se relacionasse com outros homens, momento em que ele sacou a arma e atirou quatro vezes.

O julgamento

O julgamento de Doca Street foi um grande espetáculo para o público e a mídia. No Jornal da República, de 1979, a matéria sobre o caso comparava o tribunal a um circo ou a um pastelão e aponta que a vítima é quem está sendo julgada. O advogado de defesa de Doca Street leva o julgamento a uma discussão sobre a vida do réu e da vítima. Descreve Ângela como lasciva e Doca como um belo mancebo.

Após 21 horas de julgamento, Doca sai do tribunal pela porta da frente e aplaudido pela multidão. “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”, Carlos Drummond de Andrade lamentou no Jornal do Brasil.

Em 1981, em um novo julgamento, Doca foi condenado a 15 anos de cadeia, mas só cumpriu três anos e meio. Em 2023, o STF entendeu que o argumento de legítima defesa da honra contraria os princípios constitucionais da igualdade de gênero e proibiu seu uso.

A série tem Marjorie Estiano como Ângela, Emílio Dantas como Doca Street e Antonio Fagundes como o advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins Silva.

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