Algumas pessoas não enxergam o objetivo de relançar em telona alguns dos clássicos modernos do cinema, iniciativa que os estúdios Warner e Universal adotaram de uns tempos para cá. Particularmente, acho tremendamente louvável.
Lembro, que ainda longe de pensar em trabalhar na indústria de filmes, corri atrás de cineclubes e mostras especiais para completar, por exemplo, a franquia 007. Nem preciso dizer que a qualidade das cópias era bem baixa, às vezes até mesmo interrompendo a exibição. Mas já valia o esforço simplesmente por poder conferir um título em tela grande. Faz toda a difetença.
Claro, com mídias físicas e streamings, muita gente fez da própria casa uma sala de cinema e acaba simulando as condições “mágicas” para ver ou rever títulos lançados há mais tempo. Contudo, mesmo tendo a oportunidade de assistir ao filme Tubarão faz um tempão, dá uma coceira para aproveitar a chance de rever uma das várias obras-primas de Steven Spielberg em versão em 3D ou IMAX 2D, por exemplo. E olha que perdi as contas de quantas vezes já o revi…
Na verdade, meu primeiro contato com Tubarão foi em uma roda de amigos na Praia Grande (SP). Um dos caras presentes, bem mais velho que eu, já tinha assistido ao filme sabe-Deus-como e fez questão de contar tudo o que tinha visto em ricos detalhes. Já deu para impressionar.
Demorou um pouquinho para eu voltar a entrar no mar, bem como ter a oportunidade de assistir Tubarão, mas o dia veio e o impacto foi frontal. Aquela música, aquela sequência inicial, Roy Scheider… Tudo foi devorado sem um piscar de olhos. O clima de suspense, as pitadelas de humor (muito na conta de Richard Dreyfuss), Robert Shaw arranhando a lousa, o tubarão que ninguém via por inteiro, vítimas aos pedaços…
O meu apetite ficou tão desperto que fui para uma banca de jornal e comprei tudo que era publicação falando do filme. Uma, em particular, mostrava o estrago que aquelas mandíbulas fizeram em carne humana em ataques reais, uma arcada de um suposto megalodonte com uns três homens adultos em pé, dentro dela e detalhes sobre a produção.
Qual a razão de reviver isso para vocês? Apenas para mostrar o impacto que um filme poderia ter na vida da gente. Por mais que houvesse campanha de marketing e os estúdios investissem uma boa grana na divulgação dos seus filmes, era no escurinho do cinema que as pessoas tomavam contato com o “produto”. Ao contrário de hoje, quando muita gente se informa aos borbotões sobre o filme bem antes de conferi-lo.
Sem nostalgia, ok? São as tais “little differences” do Vincent Vega. As diferenças promovidas pelo passar do tempo.
Assim, recomendo muitíssimo que você aproveite a oportunidade para ver ou rever Tubarão em uma tela grande, com áudio de primeira. Só para conferir a história de um chefe de polícia (Scheider) que trocou a balbúrdia de uma grande cidade americana pela pacata Amity. Mas o local também é nova morada de um tubarão branco desgarrado, que promete deixar as agradáveis águas da região tão breve acabe o estoque de comida. É alta temporada e as praias prometem um cardápio variado.
Mesmo tentando evitar que a lista de vítimas aumente, o policial conta apenas com a ajuda de oceanógrafo (Dreyfuss) e de um caçador de tubarões (Shaw) para devolver Amity para a normalidade.
O que mais você precisa saber? Faz assim, se quiser saber mais sobre Tubarão, tente acessar o behind the scenes que compuseram as versões do filmes em mídia física. Lá você vai entender a razão da trilha, quem é Bruce, porque é dificil filmar no mar… Enfim, muita coisa boa. Claro, tem sempre o IMDb e o YouTube para vasculhar.
Tubarão especial de aniversário de 50 anos reestreia em 30/10 distribuído pela Universal Pictures. Mas não é em todo o circuito, ok?
