A Netflix anunciou o documentário Caso Eloá – Refém ao Vivo, que estreia em 12 de novembro. A produção revive o caso da adolescente Eloá Pimentel, sequestrada pelo ex-namorado, Lindemberg Alves em 2008.
Relembre o caso
Eloá Pimentel e Lindemberg Alves começaram a namorar quando ela tinha apenas 12 anos e ele, 19. O relacionamento terminou após dois anos e sete meses devido ao excesso de ciúme e possessividade dele. Lindemberg, no entanto, não aceitou o rompimento.
No dia 13 de outubro de 2008, por volta das 13h, Lindemberg, então com 22 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada em Santo André-SP onde Eloá fazia um trabalho escolar com os amigos Nayara, Victor e Iago. Após agredir os garotos, Lindemberg liberou os dois, mantendo Eloá e Nayara como reféns.
No dia seguinte, 14 de outubro, Nayara foi libertada. Mas, na manhã de quinta-feira, os chefes do GATE – Grupo de Ações Táticas Especiais da PM, permitiram que Nayara voltasse ao imóvel a pedido de Lindemberg. Nayara foi, então, recapturada pelo sequestrador.
Na sexta-feira, 17 de outubro, após mais de cem horas de sequestro, policiais invadiram o cativeiro. A ação terminou com Nayara sendo alvejada no rosto e Eloá baleada na virilha e na cabeça, morrendo no dia seguinte.
Críticas
Tanto a polícia como a imprensa foram severamente criticadas pelas ações durante o sequestro.
A polícia pela demora na negociação, por permitir a volta de Nayara, uma menor de idade, ao local do sequestro, por não impedir o acesso do sequestrador a imagens de TV e sinais de telefonia, além da forma como foi conduzida a invasão ao cativeiro.
A imprensa por transmitir a ação ao vivo, o que permitiu a Lindemberg saber a localização dos policiais. O promotor de Justiça Antonio Nobre Folgado apontou ainda que no dia 15 já tinha sido fechada a negociação para que Lindemberg se rendesse, o que foi prejudicado pela interferência de uma apresentadora de TV. Na opinião do promotor, ao se ver como centro das atenções, Lindemberg mudou de ideia.
Os pais de Eloá também sofreram críticas por permitir o namoro de uma criança de 12 anos com um rapaz de 19. Durante o cativeiro, o pai de Eloá ainda foi identificado pela polícia civil de Alagoas como integrante de um grupo de extermínio e foragido da justiça.
Lindemberg foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão em 2012. A Constituição brasileira, entretanto, limita a pena a 40 anos, assim, a condenação teve a pena reformulada para 39 anos e 3 meses. Após algum tempo foragido, o pai de Eloá foi preso quando estava escondido na casa de parentes em Alagoas.
A produção da Netflix promete revelar trechos do diário de Eloá e vai contar com relatos do irmão da garota, Douglas, e da amiga, Grazieli Oliveira. O filme também vai trazer depoimentos de jornalistas e autoridades que acompanharam o caso.
