Após a febre dos bebês Reborn, era de se esperar que alguém botasse em roteiro alguma ideia sobre o tema. E ideias não faltam. Foi tanta gente levando boneco para o hospital que, só isso, já rendeu muitas esquetes de humor, obviamente.
Contudo, a sempre fértil cinematografia japonesa explorou o assunto no terror de Dollhouse. Mas de maneira nada óbvia, o que premia a curiosidade. Kae e seu marido sofrem com a morte da filha após um acidente doméstico. Em um tipo de terapia, Kae passa a cuidar de uma inocente boneca para compensar a perda.
Mesmo achando aquilo meio estranho, com o tempo, seu marido também assume a “paternidade” do brinquedo. Sabedor de que ele ajuda sua mulher a superar a depressão. As coisas vão tão bem que Kae engravida novamente.
Nasce uma menina, que passa a ser o centro das atenções no lar, jogando a boneca para escanteio. À medida que a filha cresce e acaba também se apegando ao brinquedo, Kae e o marido vão testemunhando fatos estranhos ocorrendo ao redor deles. Sempre envolvendo a tal boneca.
Quando algumas pessoas começam a se ferir, o casal decide investigar que tipo de boneca é aquela, cujas unhas e cabelo crescem e que parece ter vida própria. Claro que descobrem que não se trata de um brinquedo, mas sim de instrumento de vingança operado do Além.
Levante a mão aí quem lembrou de O Brinquedo Assassino… Pois é, ainda que remeta ao Chucky ou até mesmo ao recente M3GAN, Dollhouse tem altas doses de originalidade e opta pelo terror psicológico em vez de ensanguentar a tela com dilacerações criativas.
Ao mesmo tempo, explora sons (ou o silêncio) para criar uma atmosfera tensa e envolvente. Sem contar os personagens infantis. Tem gente que vai proibir os filhos de chegarem perto de uma máquina de lavar roupas depois de assistir ao filme…
Acho que não vai deixar ninguém sem dormir e vai entreter o suficiente. Finalzinho maroto, aliás… Estreia em 6/11 distribuído pela Sato Company.
