David Duchovny conversou com a imprensa internacional sobre Arquivos Desclassificados, série do History Channel que explora documentos oficiais que eram mantidos em segredo, mas que agora foram liberados para o público. O tema, é claro, leva o púbico de volta ao papel mais famoso de Duchovny, Fox Mulder, o carismático agente do FBI de Arquivo X.
Ator, escritor (ele tem cinco títulos publicados), cantor e compositor, Duchovny fez questão de lembrar, contudo, que os assuntos tratados em Arquivos Desclassificados não são teorias de conspiração como as que atraíam seu personagem mais famoso: “Trata-se de documentos históricos reais que registram fatos verdadeiros que antes podiam ser apenas rumores ou suspeitas, mas que agora estão confirmados. Não são teorias da conspiração, nem conjecturas. São documentos autênticos, fatos reais que acabaram de ser desclassificados e que agora apresentamos ao público.”
Ordem Executiva e transparência

Em 2009, o então presidente Barack Obama assinou a Ordem Executiva 13.526, que determinava um sistema uniforme de classificação, guarda e desclassificação de informações de segurança nacional. A legislação determinou a liberação automática de grande parte dos documentos confidenciais após 25 anos, deixando apenas para casos específicos prazos de 50 ou 75 anos.
Muitos desses casos chamam a atenção do público, tanto pela oportunidade de ver as entranhas do governo em funcionamento como, por vezes, por sua semelhança com a ficção. Para Duchovny, a atração de Arquivos Desclassificados está na humanização dos envolvidos:
“Acredito que seja porque essas histórias desclassificadas mostram a verdadeira humanidade das pessoas que tentavam alcançar determinados objetivos. A história pode parecer enorme, impenetrável, mas quando você vê esses casos, entende que são apenas pessoas: pessoas com defeitos tentando alcançar objetivos, muitas vezes na obscuridade, fora dos limites da democracia. Então, elas tinham que fazer isso em segredo. Então, acho que o que vemos são esses tipos de pessoas imperfeitas tentando mudar a história do mundo em muitos casos, tentando causar um grande impacto. Às vezes é engraçado e outras vezes, realmente assustador.”
Duchovny também comentou sobre a natureza de alguns dos projetos aos quais o governo americano dedicou energia, tempo e dinheiro: “Acho que, além dos casos específicos, que são interessantes de conhecer, sempre me surpreende abordar essas histórias em que as ideias são ridículas e pensar que havia pessoas que acreditavam que essas ideias tão absurdas poderiam funcionar ou ser eficazes para atingir seus objetivos. Acho isso incrível e obscuro ao mesmo tempo. Às vezes, a natureza humana é tão variada, tão ambiciosa e tão louca quando se lê ou se é exposto a esse tipo de história.”
Perguntado pelo CriCríticos se alguma das histórias da série o inspirou ou poderia vir a se tornar um roteiro no futuro, Duchovny respondeu de forma bem interessante:
“Não, ainda não. Mas acho que é uma possibilidade, porque essas histórias são muito completas e fascinantes. Não tinha pensado nelas como fonte de ideias para criar um roteiro, mas vou seguir seu conselho e começar a pensar nessa direção.”
Os episódios inéditos de Arquivos Desclassificados com David Duchovny vão ao ar aos sábados, às 21h10.
