Quando vi pela primeira vez uma imagem de Nada de Novo no Front, antes mesmo de estar disponível na grade da Netflix, imaginei que seria mais um título da linha 1917 e Dunkirk, sucessos recentes do gênero.
E, para a minha (boa) surpresa, o filme é algo novo e menos focado no drama de um só protagonista, mostrando um rapaz como fio condutor do show de horrores que foi a Primeira Guerra Mundial.
Além disso, não estamos falando de um drama moderno de guerra, contando uma história sob a nossa perspectiva atual. É um retrato real de quem esteve nas trincheiras da fronteira da Alemanha com a França naquele tempo.
Ainda, Nada de Novo no Front é um livro de 1929, escrito por Erich Maria Remarque, e que já teve outras duas adaptações para longas-metragens, uma em 1930 e outra, para a TV, em 1979, ambas já lançadas no Brasil.
A trama
Paul, assim como a maioria dos adolescentes alemães, sonha em pegar em armas e ir para o fronte. Junto de seus amigos da escola, ele parte para a guerra e é enviado para o contingente na fronteira com a França.
E, da mesma forma que seus antecessores, Paul carrega orgulho e ideais, que logo caem por terra quando ele vê de perto a realidade das trincheiras.
O senso de patriotismo é substituído pela necessidade de matar para viver. O companheirismo só existe na linha de frente, o contingente é apenas um número no jogo de poder dos militares e do governo.
Análise
Desde o primeiro minuto, sabemos que não se trata de um filme fácil de assistir. Nada de Novo no Front traz com violência, muitas vezes gráfica, os confrontos e o sofrimento dos envolvidos na guerra.
Assim como muitas cenas mexem com os olhos, graças ao apelo visual e estético, é impossível não estender o sentimento depois de cada sequência de batalha para todo um universo de guerras às quais ouvimos falar.
Um dos méritos de Nada de Novo no Front é justamente dar expressão ao que fica no nosso imaginário, o que de fato pode acontecer ali – a desigualdade de forças, a impotência frente à morte…
E cada história que vemos chegar ao final ao longo da trama – e são muitas! – servem para entendermos que não há honra, patriotismo, ideologia que justifiquem tal desperdício de vidas.
Mérito do diretor e roteirista Edward Berger, cujo trabalho eu confesso ser desconhecido para mim antes de Nada de Novo no Front estrear.
Berger tem destaque na TV alemã na direção de episódios de seriados e filmes, além de episódios de seriados como The Terror e Your Honor, que podemos ver no streaming nacional.
Em suma, importante valorizar o trabalho do ator Felix Kammerer, que estreou no cinema no papel de Paul e trouxe com muita potência seu personagem à vida na tela.
Crítica
Nada de Novo no Front
Drama de guerra alemão chegou à Netflix bem recebido pelo público e pela crítica internacional - e representando a Alemanha no Oscar.
PROS
- Retrato real de quem esteve nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial
- Destaque para o ator Felix Kammerer, que estreou no cinema e trouxe muita potência ao seu personagem
Análise da Crítica
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Roteiro
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Atuação
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Elenco
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Direção e Equipe
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Som e Trilha Sonora
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Figurino
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Cenários