A semana começou com estrondo no mundo do K-pop com o anúncio do BTS de que os membros devem iniciar o serviço militar nos próximos meses, com o grupo voltando a se reunir somente em 2025. Começando com Jin, o mais velho do grupo, todos os sete rapazes vão se alistar, conforme determinado pela lei coreana.
O anúncio saiu dois dias após o grupo apresentar o concerto BTS ‘Yet to Come’ in Busan. O show com entrada e transmissão online gratuitas, atingiu quase 50 milhões de visualizações em apenas uma das plataformas de exibição, além das 50 mil pessoas presentes no estádio Asiad, 10 mil diante de um telão no porto de Busan e mais 2 mil em Haeundae, área turística onde recentemente aconteceu o Busan International Film Festival. Cerca de um milhão de espectadores assistiram à transmissão do show pela TV coreana. Nas redes sociais, o concerto gerou 9,3 milhões de hashtags no Twitter.
Graças ao show, restaurantes, hotéis, transportes e parques em Busan tiveram um enorme aumento nas atividades durante o final de semana.
Para o concerto, o grupo preparou canções já conhecidas dos fãs, abrindo o show com Mic Drop, seguida de Run BTS. Para a apresentação de Idol, o grupo incluiu elementos da cultura tradicional coreana, enquanto ‘Ma City foi apresentada diante de imagens de Busan, cidade natal de dois dos membros do grupo, Jimin e JungKook. Outro grande sucesso do grupo, Spring Day, considerada por muitos uma homenagem às vítimas do naufrágio do ferryboat Sewol, também esteve presente.
Os efeitos do anúncio do alistamento militar dos membros do BTS começaram a surgir rapidamente nas redes sociais, com os fãs do grupo lamentando a parada e prometendo aguardar o retorno de seus ídolos.
O noticiário local comentou o alistamento de Jin, que segundo a lei, poderia aguardar até dezembro, mas solicitou cancelamento dessa extensão de prazo. Os demais membros do grupo, segundo o anúncio oficial da Hybe, agência responsável pelo BTS, devem alistar-se conforme encerrarem atividades individuais já planejadas.
O serviço militar obrigatório é um assunto discutido com frequência na sociedade coreana, e nos últimos anos não faltaram defensores da dispensa dos membros do BTS sob o argumento de que o grupo gera valor ao país.
As dispensas, no entanto, são vistas como sinal de favoritismo em um país que já enfrenta a existência dos chaebols, os poderosos conglomerados controlados por famílias e vistos como intocáveis.
Em 2002, o cantor Steve Yoo, idol de sucesso nos anos 1990 aproveitou uma viagem aos Estados Unidos, onde tinha status de residente, e renunciou à cidadania coreana, após ter declarado que cumpriria o serviço militar como todos os cidadãos. A renúncia foi vista como uma promessa quebrada e uma forma de escapar do serviço militar obrigatório, gerando uma enorme reação negativa do público.
Em resposta, as autoridades proibiram Yoo de voltar à Coreia, permitindo que ele visitasse o país apenas por três dias desde então para comparecer a um funeral. Sua carreira acabou e outros pedidos de visto para voltar ao país foram negados.
Entre os problemas enfrentados pelos idols durante o serviço militar estão a curiosidade e a invasão de privacidade. Um dos casos mais escandalosos foi de G-Dragon. Um dos colegas de serviço militar do idol fez um diagrama do corpo do artista, mostrando onde ele tinha cicatrizes e tatuagens, enviando o desenho como presente para a namorada. Dados médicos do artista também foram vazados para a mídia. Quando o comando separou G-Dragon dos demais recrutas, o movimento foi criticado como favoritismo.
Outra vítima do assédio dentro dos quarteis foi TaeMin, do grupo SHINee, que teve de ser transferido de unidade devido ao assédio de colegas e de familiares de outros recrutas.
Atualmente, vários idols cumprem o serviço militar, entre eles, BaekHyun, do EXO.
Por hora, os fãs do BTS pode acompanhar as maiores estrelas coreanas longe do estresse da fama mundial, em uma viagem surpreendente à natureza com In the Soop: Friendcation, produção que estreou em 19 de outubro exclusivamente no Disney+.