Crítica | Filme | Conduzindo Madeleine

Crítica | Filme | Conduzindo Madeleine

O longa francês Conduzindo Madeleine, que a California Filmes estreia nos cinemas brasileiros em 2/5, explora os laços entre passado e presente através de uma viagem de táxi incomum. Em um mundo frenético e repleto de franquias de heróis, Conduzindo Madeleine surge como um apelo à alma, convidando-nos a uma jornada introspectiva e comovente ao lado da tal Madeleine, uma mulher de 92 anos que embarca em uma última viagem de táxi pelas ruas de Paris.

Dirigido por Christian Carion, o filme se destaca pela sensibilidade com que explora temas universais como a memória, o envelhecimento e a importância das relações humanas.

Atuação inesquecível

Fica claro que trata-se de um filme que exige atuação do elenco, seja para rir, seja para chorar. A protagonista Madeleine, interpretada por Line Renaud, conquista o público desde os primeiros minutos com sua aura de mistério e certa fragilidade do altos dos seus 92 anos de idade. Através de flashbacks vislumbramos uma vida longa e repleta de experiências, tanto alegres quanto dolorosas. Line entrega uma performance convincente, repleta de naturalidade e expressividade, que nos convida a adentar em seu mundo homeopaticamente.

A cada parada do táxi, guiado por Charles (Danny Boon), Madeleine revisita lugares marcantes de seu passado, confrontando-se com fantasmas e memórias que a atormentam há anos. As revelações gradativas constroem um mosaico complexo da vida de Madeleine, expondo seus erros, acertos, amores perdidos e oportunidades desperdiçadas. Conduzindo Madeleine nos convida a refletir sobre o peso das escolhas que fazemos em nossas vidas e as consequências que elas podem ter no nosso futuro.

Um toque de leveza

Apesar da temática pesada, Conduzindo Madeleine é permeado por momentos de leveza e humor, principalmente nas interações entre Madeleine e Charles. O início do contato entre ambos (aquela coisa de dupla improvável) engana o espectador, assim como a própria história da mulher. Uma história de abusos, do marido e da justiça francesa, que se encaminha para um estandarte do feminismo.

A química entre os dois atores é palpável, criando uma relação genuína e comovente que nos faz sorrir e chorar ao mesmo tempo. A trilha sonora suave e melancólica complementa a atmosfera do filme, intensificando as emoções. Um leve convite à reflexão.

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