Dirigido e roteirizado por Oz Perkins, filho do ator Anthony Perkins, protagonista de Psicose (1960), Longlegs – Vínculo Mortal impressiona pela estética apurada e pela direção competente. Perkins apresenta um trabalho notável com enquadramentos precisos e movimentos de câmera sutis, que, aliados a uma direção de arte brilhante, resultam em uma reconstituição de época envolvente.
A agente do FBI Lee Harker (Maika Monroe) é encarregada de capturar o serial killer Longlegs (Nicolas Cage), que deixa pistas enigmáticas em suas cenas de crime. Conforme decifra os símbolos, Harker descobre uma ligação sombria entre ela e o assassino, levando a investigação a desdobramentos inesperados.
Nicolas Cage, um ator conhecido por oscilar entre desempenhos excepcionais e irregulares, entrega uma atuação memorável. No papel de um assassino, Cage (aqui também um dos produtores) está irreconhecível, com uma caracterização intensa que acentua a loucura de seu personagem. A maquiagem é um ponto alto, conferindo ao serial killer uma aparência marcante e perturbadora.
Embora o filme não seja do tipo que provoca sustos fáceis, sua trilha sonora é excepcional. Bem trabalhada, a música cria uma atmosfera densa, similar à de A Bruxa e Entrevista Com o Vampiro. O terror, aqui, não está no medo imediato, mas na excelência técnica que permeia toda a obra.
Apesar de ser classificado como um filme de terror, o estilo do longa se aproxima mais de um suspense investigativo, evocando comparações com clássicos como Seven e Ressurreição – Retalhos de um Crime. O próprio Oz Perkins admite ter se inspirado em O Silêncio dos Inocentes, o que fica evidente na narrativa.
A trama envolve elementos de investigação, reviravoltas e possessão demoníaca. Embora esses temas não sejam exatamente inovadores, o visual caprichado do filme garante uma experiência cinematográfica esteticamente interessante. Longlegs – Vínculo Mortal estreia em 28/8 distribuído pela Diamond Films.

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